terça-feira, 15 de julho de 2008

A história das coisas

Annie Leonard explica em 20 minutos aquilo que não aprendemos em anos na escola e que os jornais também não se atrevem a dizer. Direta e sem rodeios ela nos dá um ponta de esperança ao mostrar que é possível mudar o rumo das coisas.

Mas para isso é preciso compreender como funciona esse sistema econômico, político, industrial, cultural e social que nos aprisiona num ciclo de consumo e exploração dos recursos naturais nunca antes visto e que, segundo as estimativas mais otimistas, não se sustentará por muito tempo.

Esta versão está em espanhol. Para acessar a versão original em inglês clique AQUI


domingo, 6 de julho de 2008

Trem bom

O trem não pára para as cidades não pararem. O projeto do trem de Taiwan é uma excelente idéia para acelerar o transporte coletivo dentro das grandes cidades e reduzir a pressão pelo consumo de automóveis.





Enquanto esse trem não chega por essas bandas, vamos dando as nossas pedaladas.

Não entendeu? Clica AQUI

quarta-feira, 18 de junho de 2008

As obrigações do jornalismo ambiental

Após a segunda Guerra Mundial, quando o debate sobre o meio ambiente ganhou relevância, a pauta socioambiental começou a ser abordada de forma mais veemente na mídia. No Brasil, um dos expoentes da imprensa nas questões ambientais é o jornalista André Trigueiro. Apresentador do Jornal das Dez, da Globo News, Trigueiro roteirizou e apresentou na emissora vários especiais sobre sua temática preferida. Mantém na Rádio CBN um programa com o mesmo título do livro que lançou, Mundo sustentável, e escreve regularmente sobre o assunto.

Na entrevista feita pelo Observatório da Imprensa, André Trigueiro comenta o perfil de abordagem midiática sobre temas relacionados ao meio ambiente. “A sensibilidade da mídia para os assuntos ambientais é invariavelmente determinada por circunstâncias trágicas. Vazamentos de óleo, enchentes, estiagem, queimadas, furacões e terremotos merecem lugar de destaque no noticiário, o que é correto”. André ainda explica a real necessidade ainda não cumprida dos meios de comunicação de esclarecer à população sobre os riscos que a natureza corre.

Apesar de estar no nosso cronograma, a tão esperada entrevista com o jornalista ainda não pôde ser feita. Questões como o papel da mídia especializada no debate ambiental, a influência do marketing verde e a espetacularização da mídia de massa não foram suficientemente exploradas, mas os comentários do especialista já são interessantes para uma primeira análise sobre o recém-chegado jornalismo ambiental. Ficamos com um gostinho de quero mais.

Meio Ambiente nos Meios

Para falar de meio ambiente, nada melhor do que ter a opinião de um especialista. E quando o assunto é como o meio ambiente é abordado nos jornais, é bom que um jornalista dê seus pitacos e faça suas reflexões. Ter alguém que fale sobre esses dois assuntos com desenvoltura e conhecimento da área é o ideal, e por isso corremos atrás de uma entrevista com o administrador Sérgio Bruni, que ocupou o cargo de Presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro por oito anos (1995-2002), foi conselheiro editorial do Jornal do Brasil e atualmente ocupa o cargo de Secretário de Ciência e Tecnologia do Município do Rio de Janeiro.

Como o meio ambiente é retratado nos jornais?
Uma parte do meio ambiente não recebe quase nenhuma atenção na mídia. Ela é muito pequena e só aparece em ocasiões incomuns, como quando tem um desastre, ou em noticias de repercussão momentânea, como quando ocorre um grande desmatamento. Há muito pouco espaço para matérias com críticas ou opiniões. Normalmente não se tem isso.

Quem é o público que costuma ler as matérias sobre meio ambiente?
As pessoas estão ficando cada vez mais atentas e começam a ler ou a, pelo menos, passar os olhos no assunto, mas ainda é um público reduzido. Tanto que constatamos que não há nenhum jornal impresso que possua editoria de meio ambiente diariamente. O assunto sempre pega carona em outras editorias, como Cidade, Ciência e Tecnologia ou até Internacional. Então, o que eu observo é que se ainda não tem editoria de meio ambiente, é porque o assunto ainda não é visto como relevante para o jornalismo e para as pessoas. Porque a partir do momento que as pessoas se interessarem, o jornal vai cobrir esse buraco e dar mais ênfase ao assunto.

Como você acha que os jornais podem contribuir para construir um pensamento mais consciente nas pessoas?
O único meio de contribuição dos jornais para com o assunto é capacitando o jornalista. Se você não é médico e faz uma matéria, e por acaso aparece um erro, vem o Conselho de Medicina reclamar, entram na Justiça e o assunto acaba tendo uma grande proporção. Já na área ambiental todo mundo dá palpite, as pessoas dão idéias que por mais que sejam imbecis, acabam entrando, devido à desorganização e falta de estrutura e importância que os jornais dedicam ao assunto.
Na maioria das escolas de jornalismo não há muita abertura para a área de Ciência e Tecnologia e de Meio Ambiente. São temas que deveriam existir nas escolas para ajudar a transformar a linguagem complicada que vez por outra aparece nessas áreas, em uma linguagem que fizesse o público entender e perceber sua importância. E eu falo isso porque normalmente as abordagens que os jornais dão são muito superficiais, a não ser que tenha um evento. Se aconteceu ou vai acontecer um evento marcante, como o aniversário de um parque ecológico. Só assim para estruturarem melhor as matérias. Mas, em linhas gerais, não há um interesse.

Quais são os obstáculos que o meio ambiente enfrenta para ter seu espaço na mídia?
Um grande problema são as ongs. Se por um lado existem muitas ongs que ajudam o meio ambiente, e que tem projetos interessantes e que funcionam; por outro, há uma proliferação de ongs que são apenas caça-níqueis, que não fazem um trabalho correto. E o que acontece é que se as pessoas lêem uma matéria sobre o meio ambiente e sobre uma ong, e depois se por acaso vão pesquisar sobre a ong e descobrem que ela não faz um trabalho sério, aí começa o descrédito. Se uma pessoa, que com o maior esforço, começa a se interessar pelo assunto, e logo de início vê que é uma tolice, se desinteressa. E com razão.

Estamos mesmo mudando nosso clima?

Enquanto alguns cientistas dizem que os fatos são inquestionáveis, que não resta dúvida que somos nós, humanos, que estamos aquecendo o planeta, as teses que relacionam o aumento na temperatura com os ciclos naturais da terra circulam e ganham adeptos.

Um controverso documentário entitulado “The great global warming swindle” ( A grande farsa do aquecimento global – no you tube dividido em 9 partes), exibido pelo canal 4 da TV britânica, questiona a contribuição humana nas mudanças climáticas. Inúmeros acadêmicos e desenvolvimentistas como Ian Clark, Patrick Moore, Richard Lindzen, Patrick Michaels, Nigel Calder, John Christy, Paul Reiter Nigel Lawson e Piers Corbyn contribuíram para a construção da premissa que encabeça o filme.

Apesar de o documentário ter sido bem aceito entre a legião de céticos da antropogenia climática, foi duramente criticado por inúmeras organizações científicas no mundo todo, inclusive por dois dos cientistas que aparecem dando depoimentos.

O debate não é atual e muito menos simples de ser compreendido.

Aqueles que defendem a interferência da atividade humana, acusam seus críticos de estarem conectados à defesa dos interesses do lobby dos combustíveis fósseis e das nações ricas em petróleo do Oriente Médio. Afirmam que as implicações para a vida, caso suas previsões sobre o aumento da temperatura global estejam corretas, serão imensas e já podem ser sentidas, com o crescimento dos desastres naturais e os termômetros apontando anos cada vez mais quentes. Metereologistas do IPCC predizem que, se as emissões dos gases produzidos pela ação humana continuarem a crescer aos níveis atuais, isto poderá levar o planeta a um catastrófico aumento de 10ºC.

Do lado oposto, os céticos apontam que há interesse em criar uma atmosfera catastrofista para angariar financiamentos para pesquisas. Segundo eles, existem muitas incertezas na ciência das mudanças climáticas que precisam ser dirimidas antes de se implementarem medidas mitigatórias de “alto custo” econômico.

Os postulados científicos de ambos os lados não acabam. Nós, pobres mortais, tentamos ao máximo entender e contextualizar os dados que nos são apresentados.

Ainda assim, não sabemos precisar até onde vai nossa responsabilidade no temido aquecimento global. De qualquer forma, quando o assunto é meio-ambiente, na dúvida, melhor do que agir como São Tomé, é seguir o exemplo de Pascal: pese o que tem a ganhar e a perder acreditando que nossas ações podem mudar o planeta para melhor.

Faça a diferença

Pequenas mudanças nos hábitos fazem toda a diferença, uma vez que o seu consumo está diretamente ligado a degradação do meio ambiente e redução dos recursos naturais do planeta.

Em vez de esperar ações repressivas do IBAMA aos madeireiros ilegais, grandes fazendeiros e demais vilões (inescrupulosos e devidamente ricos, ou seria o contrário?) que dia a dia devastam as florestas nacionais, comece hoje mesmo a salvar o planeta.

Reduza o consumo de energia elétrica
Por ser um país rico em recursos hídricos e possuir um relevo repleto planaltos, a energia hidrelétrica é uma solução viável e a mais adotada no Brasil, mas o fato de não liberar CO2 na atmosfera como as termoelétricas não reduz o impacto ambiental dessa matriz. A cada novo projeto de hidrelétrica, uma nova trágedia se anuncia com o deslocamento das populações, o inundamento uma enorme área, geralmente preservada, e alteração brutal de todo o ecossistema da região.

Compre com consciência
Ao comprar carnes, pergunte sempre de onde ela veio. Cerca de 70% das áreas desmatadas são para abertura de novas pastagens.
Quando precisar comprar madeira, verifique se possuem o selo FSC. Ele é a garantia de que a madeira foi retirada corretamente. Quanto mais incentivamos o manejo sustentável, menores serão os incentivos para desmatar completamente determinadas áreas.

Seminário de Jornalismo Ambiental


Ainda são poucas as empresas de comunicação que se preocupam genuinamente com o meio ambiente, e em menor número estão as que investem na capacitação dos seus jornalistas. O Jornalismo Ambiental, assim como qualquer editoria especializada, demanda um estudo mais aprofundado e deve estimular discussões sobre a função do jornalista ambiental na sociedade. Sem estudo e sem clareza de seu papel, não surpreende o rol de notícias de superficiais a completamente inúteis para o cidadão que lemos diariamente nos jornais.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Pense Novo




Se você não sabia de algum desses dados, ótimo porque agora você sabe. A questão é o que você faz com isso? A não ser que você seja madeireiro ou um grande fazendeiro de gado de corte, não há muito o que fazer com essas informações. E é isso que criticamos. A proliferação de informações sobre o meio ambiente, por si só não significa uma mudança de atitude. O que precisamos é multiplicar as informações socialmente necessárias, aquelas que tem uma utilidade clara e com as quais podemos realmente mudar o rumo das coisas.